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Aumento de imposto sobre cigarros pode salvar vidas de crianças

Estudo publicado na revista The Lancet avaliou dados de 94 países

Um estudo internacional publicado na revista The Lancet revela que o aumento da carga tributária sobre os cigarros pode reduzir a mortalidade infantil e diminuir as desigualdades socioeconômicas relacionadas a essas mortes. A pesquisa analisou dados de 94 países de baixa e média renda, incluindo o Brasil.

Segundo os pesquisadores, a exposição ao tabaco, mesmo passiva, é responsável por cerca de 200 mil mortes anuais de crianças menores de 5 anos — número considerado evitável. O estudo destaca que as populações mais pobres são as mais afetadas e que políticas tributárias eficazes podem beneficiar diretamente esses grupos.

Apesar de avanços, apenas 10 países avaliados atingiram, em 2020, a alíquota mínima recomendada pela OMS (75%). Se essa meta tivesse sido alcançada por todos, cerca de 281 mil mortes infantis poderiam ter sido evitadas, incluindo quase 70 mil entre os mais pobres.

No Brasil, o governo federal reajustou o preço mínimo do maço de cigarros em 2024, após oito anos sem alterações. No entanto, especialistas alertam que os valores seguem abaixo do ideal quando ajustados pela inflação, e que o cigarro continua barato em relação a outros países das Américas.

O pesquisador André Szklo, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), defende que o novo imposto seletivo da reforma tributária seja superior à inflação e ao crescimento da renda, para de fato reduzir o consumo e proteger a saúde pública.

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