O médico mastologista Danilo Costa foi condenado nesta terça-feira (22) a 43 anos de prisão por abusar sexualmente de pacientes em tratamento oncológico na cidade de Itabira, na região Central de Minas Gerais. A decisão foi proferida pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Itabira e ainda cabe recurso.
Além da pena de reclusão, o médico também foi condenado ao pagamento de R$ 1,3 milhão em indenizações por danos morais às vítimas. Danilo Costa está preso desde fevereiro deste ano, após investigação conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que reuniu diversos relatos de pacientes que passaram por atendimentos clínicos com o profissional.
De acordo com a denúncia, o médico se aproveitava da condição de vulnerabilidade física e emocional das mulheres, em decorrência do tratamento contra o câncer, para praticar os abusos sexuais durante as consultas.
Na sentença, a Justiça reconheceu a gravidade dos crimes, destacando que as vítimas confiavam plenamente no profissional de saúde e se encontravam fragilizadas, tanto física quanto psicologicamente, em razão da luta contra a doença.
Em nota divulgada após a condenação, o Ministério Público afirmou que respeita a decisão judicial, mas considera que alguns dos episódios denunciados deveriam ter resultado em penas ainda mais rigorosas. A promotoria já informou que vai recorrer da sentença.
A defesa de Danilo Costa, por sua vez, declarou que ele nega todas as acusações e optou por não comentar o caso, que segue em segredo de justiça.
A condenação representa um dos principais desdobramentos da investigação iniciada no início de 2025, que mobilizou a cidade e provocou a atuação de movimentos sociais em defesa das mulheres. Apesar da sentença, o processo segue tramitando na esfera recursal. Tanto o Ministério Público quanto a defesa ainda poderão apresentar recursos nas próximas semanas.
Por estar sob segredo de justiça, o número total de vítimas e os detalhes dos depoimentos prestados não foram divulgados.