O Governo de Minas Gerais decretou, na última sexta-feira (2/5), situação de emergência em saúde pública devido ao aumento expressivo dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no estado. A medida tem validade de 180 dias e permite ações imediatas, como a contratação de profissionais de saúde e a compra de insumos.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), o decreto faz parte de um plano de preparação iniciado em 2023, focado no enfrentamento das doenças respiratórias comuns nos períodos de outono e inverno. Até 26 de abril, foram registradas 26.817 internações e 397 mortes por SRAG em 2025, com maior incidência entre crianças de até 1 ano e idosos com mais de 60 anos.
Como parte das ações, o governo também criou o Centro de Operações de Emergências em Saúde por SRAG (COE-Minas-SRAG), que será responsável por monitorar e coordenar a resposta à crise durante o período de emergência.
Ampliação da rede assistencial
Para dar suporte à rede hospitalar, a SES-MG iniciou o repasse de incentivos financeiros para hospitais que abrirem ou adaptarem leitos clínicos voltados ao atendimento pediátrico de SRAG. Em março, foram abertos 12 leitos semi-intensivos no Hospital Infantil João Paulo II, da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), em Belo Horizonte, voltados principalmente aos casos de bronquiolite em crianças. A estrutura do hospital também está preparada para disponibilizar 10 leitos de CTI pediátrico, caso a demanda aumente.
“Estamos preparados para enfrentar esse momento, mas sabemos que ele exige esforço contínuo. Precisamos de abertura de novos leitos em algumas regiões e os municípios têm apoio garantido do Estado. Temos recursos disponíveis para isso, e seguimos em contato direto com as gestões locais para dar agilidade às respostas, especialmente em locais que enfrentam situações mais críticas”, reforça Baccheretti.
Monitoramento
Desde abril, Minas Gerais conta com a Sala de Monitoramento de Vírus Respiratórios, ambiente técnico que acompanha a circulação de vírus em todo o estado. A ferramenta permite decisões rápidas e integradas nas áreas de vigilância, assistência e vacinação.
Além disso, o Comitê Estadual de Vírus Respiratórios segue com reuniões quinzenais e poderá intensificar os encontros conforme a necessidade. A próxima reunião está marcada para o dia 24 de junho.