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MP e PM interditam centro de reabilitação clandestino em Ipoema

A operação contou com o apoio da Vigilância Sanitária, Assistência Social, CREAS e SAMU

Uma operação conjunta do Ministério Público, da Polícia Militar, Vigilância Sanitária, Assistência Social, CREAS e SAMU expôs, nesta sexta-feira (18), um cenário de verdadeiro terror em Montes Claros, zona rural do distrito de Ipoema. Uma clínica de recuperação clandestina, localizada próximo ao Morro Redondo, foi interditada após denúncias de maus-tratos e cárcere privado de dependentes químicos.

No local, cerca de 50 internos viviam em condições desumanas, com alguns dormindo em baias destinadas a animais. As imagens e relatos chocaram até os agentes experientes que participaram da ação.

Logo na chegada, os policiais foram recebidos com resistência. Um homem que se identificou como coordenador da unidade tentou impedir a entrada das autoridades dizendo que primeiro faria contato com a assessoria jurídica, porém sem sucesso. Três funcionários foram presos e conduzidos à Delegacia de Polícia Civil de Itabira, onde prestaram depoimento.

Drogas disfarçadas em “Danoninho”

Um dos episódios mais perturbadores foi a constatação de que alguns internos estavam dopados com uma substância apelidada de “Danoninho” — uma perigosa mistura de medicamentos sedativos. O estado de letargia de muitos exigiu a rápida atuação de equipes médicas. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado com urgência e enviou quatro ambulâncias ao local.

Sete pessoas precisaram ser levadas para o Pronto-Socorro de Itabira. A maioria apresentava sinais claros de intoxicação e desidratação, além de traços visíveis de negligência e abuso.

Lucro sobre sofrimento

De acordo com a Polícia Militar, as famílias dos internos pagavam, em média, R$ 2 mil mensais pela estadia e suposto tratamento. Muitos desses parentes, ao serem contatados pelas autoridades, demonstraram surpresa ao saber das condições precárias em que seus familiares viviam. A maioria dos internos é oriunda do Vale do Aço e até de outros estados.

Responsabilidade em apuração

O Ministério Público deve abrir inquérito para apurar as responsabilidades criminais e civis dos responsáveis pela clínica. A Polícia Civil também investiga a possibilidade de envolvimento de outros indivíduos no esquema, que pode configurar crimes como sequestro, cárcere privado, exercício ilegal da medicina, maus-tratos e associação criminosa.

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