Diante de uma das estiagens mais prolongadas dos últimos anos, a Prefeitura de Itabira decretou, nesta quinta-feira, situação de emergência hídrica no município. O decreto, válido até 30 de novembro, é uma resposta preventiva à redução drástica no volume de água disponível para abastecimento e visa evitar um possível colapso no sistema de distribuição.
A decisão leva em consideração os alertas meteorológicos, que apontam para a continuidade do clima seco em todo o estado de Minas Gerais nos próximos meses. A estiagem já compromete seriamente os mananciais que abastecem as principais estações de tratamento da cidade.
Números preocupantes
Na Estação de Tratamento de Água (ETA) Pureza, que atende cerca de 45 bairros itabiranos, a situação é crítica. A vazão caiu de 130 litros por segundo para apenas 73 l/s — uma queda de aproximadamente 44%. Na ETA Gatos, o cenário é ainda mais alarmante: a vazão, que girava em torno de 80 l/s, foi reduzida pela metade, chegando a apenas 40 l/s.
Esses números refletem diretamente na regularidade do abastecimento e exigem ações urgentes do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), que já se prepara para adotar medidas emergenciais em regiões mais vulneráveis e populosas.
“Estamos diante de um cenário crítico”, alerta diretor do Saae
Segundo o diretor-presidente do Saae, Valdeci Luiz Fernandes Júnior, a situação exige responsabilidade coletiva:
“A estiagem prolongada já compromete nossos mananciais e, sem o uso racional da água, poderemos enfrentar dificuldades ainda maiores. A decretação de emergência é uma medida preventiva para assegurar que possamos manter o abastecimento com o menor impacto possível para a população.”
Consciência e prevenção
A Prefeitura e o Saae reforçam a importância do uso consciente da água por todos os moradores. A colaboração da população é essencial neste momento para garantir que o abastecimento continue, ainda que de forma ajustada, nos bairros mais afetados.
O que muda com o decreto?
Com a decretação de emergência, o município pode:
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Realocar recursos com mais agilidade;
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Reforçar campanhas educativas sobre economia de água;
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Implementar racionamento ou manobras emergenciais de abastecimento, se necessário;
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Solicitar apoio estadual e federal, caso a situação se agrave.