Uma edificação, onde seria a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na avenida Deputado Jorge Ferraz, no bairro Fênix, foi totalmente destruída por um incêndio na tarde deste domingo (23/05), em Itabira. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 15h30.
Segundo informações, o fogo começou em um lote vago nos fundos do imóvel, que está abandonado desde 2015. As chamas se alastraram pela vegetação e atingiram a UPA que foi totalmente destruída pelo incêndio.
Os bombeiros militares tiveram que solicitar o apoio da brigada de emergência da Mineradora Vale. A Prefeitura de Itabira, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), também prestou auxílio aos bombeiros disponibilizando caminhões-pipas.
A grande quantidade de fumaça pôde ser vista de vários bairros da cidade e deixou os moradores assustados. O fato chamou a atenção de diversas pessoas que se aglomeraram para acompanhar os trabalhos dos bombeiros.
Segundo os moradores, a edificação vinha sendo utilizada para o uso e consumo de drogas. Em datas passadas, várias ocorrências de furtos foram registradas pela Polícia Militar. O local já não tinha mais fiações e nem instalações hidráulicas.
A UPA Fênix, que nunca foi inaugurada em Itabira, foi construída na gestão do ex-prefeito Damon Lázaro de Sena, quando foram detectadas várias irregularidades que impediram o funcionamento da unidade de saúde.
A Câmara Municipal de Itabira, em 2018, instaurou uma CPI para apurar o gasto da verba pública e concluiu que a obra havia sido superfaturada.
Os investigados foram o ex-prefeito Damon de Sena, o ex-secretário de saúde Reynaldo Damasceno Gonçalves e a empresa Novo Horizonte Jacarepaguá Importação e Exportação, que executou a obra a um custo de R$ 4,1 milhões.
Na CPI foram colhidos depoimentos de testemunhas, ex-secretários, técnicos de licitação, fiscais de obras e dos investigados. Em um comparativo com obras similares, construídas pela mesma empresa no estado do Rio de Janeiro, onde tem sede, o preço final teria sido R$ 1,1 milhão.
Durante a execução da obra, que teve a ordem de serviço emitida em 21 de julho de 2014, contratada pelo regime diferenciado de urgência, deveria ter sido executada em 120 dias, mas só foi concluída, dois anos depois, em 29 de julho de 2016.
Segundo o que foi apurado na CPI, o atraso na execução da obra se deu em decorrência de paralisações que não foram bem explicadas, levantando ainda mais as suspeições.
O relatório da CPI foi encaminhado ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas de Minas Gerais e à Controladoria Geral da União, para futuras providências judiciais pertinentes ao caso.