Um novo capítulo se desenrola na prestação de serviços de limpeza urbana em Itabira, após a Justiça do Trabalho determinar o bloqueio dos créditos da empresa Evolução, responsável pela coleta e varrição nas ruas da cidade. A medida visa assegurar que os direitos trabalhistas de dezenas de funcionários sejam honrados, diante de denúncias graves de inadimplência salarial.
O bloqueio foi solicitado após a Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb) romper o contrato com a terceirizada, alegando falhas operacionais e, sobretudo, o descumprimento das obrigações trabalhistas por parte da Evolução. A decisão judicial determina que os valores ainda devidos pela Itaurb à prestadora fiquem retidos e sirvam diretamente ao pagamento de salários atrasados, acertos e verbas rescisórias dos trabalhadores prejudicados.
Contrato sob controle
Preocupada com o cenário, a Itaurb já havia incluído em um aditivo contratual uma cláusula de proteção, condicionando o pagamento da última medição à comprovação de quitação de salários e direitos rescisórios pela Evolução. A medida, vista inicialmente como preventiva, acabou sendo determinante para a atual decisão judicial.
Segundo Alexander dos Reis Elias, assessor jurídico da Itaurb, cerca de 20 ações trabalhistas já foram ajuizadas contra a Evolução por funcionários e ex-funcionários. Ele afirma que os valores bloqueados já estão em juízo, e serão utilizados exclusivamente para quitar os débitos reconhecidos judicialmente.
Trabalhadores no centro do impasse
O caso revela uma vulnerabilidade frequente na terceirização de serviços públicos: o descasamento entre o repasse financeiro da contratante e o compromisso da contratada com seus funcionários. Embora a Evolução tenha recebido regularmente pelos serviços prestados, dezenas de trabalhadores relatam atrasos salariais e falta de pagamento de verbas rescisórias.
Ainda não há informações oficiais sobre o destino da Evolução ou sobre eventuais responsabilizações da empresa. O rompimento do contrato coloca a limpeza urbana de Itabira em alerta, enquanto a Prefeitura e a Itaurb buscam soluções emergenciais para evitar descontinuidade nos serviços.