Servidores públicos da Prefeitura de Itabira aprovaram, nesta sexta-feira (24), o estado de greve em assembleia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores Servidores Públicos Municipais de Itabira (Sintsepmi). A decisão ocorre em resposta a recentes medidas adotadas pela gestão do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), que foram consideradas pelos trabalhadores como retiradas de direitos.
Entre os pontos que motivaram a paralisação geral estão o aumento da alíquota de desconto em folha para custeio do plano de saúde, que subiu de 3% para 4%; a nova regra que condiciona o pagamento do cartão-alimentação à faixa salarial dos servidores; e a retomada do pagamento dos salários para o quinto dia útil de cada mês.
Segundo os servidores, as mudanças foram implementadas sem diálogo ou consulta prévia, afetando diretamente benefícios conquistados ao longo dos anos. “Não fomos chamados para negociar, simplesmente fomos comunicados”, afirmou um dos participantes da assembleia, que reuniu trabalhadores de diversas secretarias e órgãos municipais.
Além da deliberação pela greve, a categoria também aprovou a filiação do Sintsepmi à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e formou uma comissão composta por nove servidores. O grupo será responsável por representar os interesses dos funcionários públicos em futuras negociações com o governo municipal.
Carta aberta da Prefeitura
Na véspera da assembleia, o prefeito Marco Lage enviou uma carta aos servidores explicando os motivos das decisões tomadas. No documento, ele reconheceu as críticas e alegou que a queda na arrecadação municipal tem impactado as finanças da cidade, tornando necessária a adoção de medidas para equilibrar receitas e despesas.
“Esta carta não tem a intenção de diminuir insatisfações. Pelo contrário, compreendemos as críticas. Porém, são ações que se fazem necessárias para garantir a sustentabilidade financeira da Prefeitura”, escreveu o prefeito.
Apesar da justificativa, os servidores afirmam que o momento exige mais diálogo e transparência. A categoria promete intensificar a mobilização caso não haja avanços nas negociações com o Executivo.
O estado de greve é o primeiro passo para uma paralisação total das atividades, que poderá ser deflagrada nas próximas semanas, caso as reivindicações não sejam atendidas.