Um menino de 6 anos, Benício Xavier, morreu após receber uma dose incorreta de adrenalina intravenosa no Hospital Santa Júlia, em Manaus. A médica responsável pela prescrição admitiu o erro durante as investigações da Polícia Civil, segundo relatório divulgado pela corporação. A morte ocorreu entre sábado (23) e a madrugada de domingo (24), e a família registrou denúncia na segunda-feira (25).
A médica e a técnica de enfermagem que aplicou o medicamento prestaram depoimento na sexta-feira (28), chegando à delegacia com o rosto coberto. A Polícia Civil aponta a médica como principal suspeita pela prescrição da dose de adrenalina, enquanto a técnica foi quem realizou a aplicação.
O delegado Marcelo Martins solicitou a prisão preventiva da médica, afirmando se tratar de um caso de homicídio doloso, quando há intenção de matar ou assunção de risco. Ele justificou que a permanência da profissional em liberdade poderia colocar outros pacientes em risco.
Benício foi levado ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. A médica prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa — procedimento incomum para esse quadro. Segundo o pai do menino, Bruno Freitas, a família questionou a técnica de enfermagem antes da aplicação, mas a profissional afirmou que seguiria a prescrição. Minutos após receber a primeira dose, o menino apresentou piora súbita e foi levado à sala vermelha, onde a oxigenação caiu para 75%. Ele acabou transferido para a UTI, sofreu paradas cardíacas e morreu às 2h55 de domingo.
“Queremos justiça pelo Benício e que nenhuma outra família passe pelo que estamos vivendo”, disse o pai.
O Hospital Santa Júlia informou, por meio de nota, que afastou a médica e a técnica de enfermagem e instaurou investigação interna para apurar o caso.