Praça do Areão terá Exposição “Muros Invisíveis” em março

Mostra é composta por 42 fotos de afro-empreendedores de Itabira, feitas por Yury Oliveira. Abertura contará com espetáculo musical de Sérgio Diaz

praca-do-areao-tera-exposicao-muros-invisiveis-em-marco

Encerrando as atividades do II Flitabira (Festival Literário Internacional de Itabira), acontece, no dia 1º de março, quarta-feira, às 19h, a abertura da exposição “Muros Invisíveis”, na Praça do Areão, em Itabira, com a presença de Preto Zezé, presidente nacional da CUFA – Central Única das Favelas – e show do artista itabirano Sérgio Diaz, às 20h, que apresentará  “Retratos urbanos”, um pocket-show onde a música e a poesia estão juntas. Tudo sob a coordenação de Afonso Borges, presidente do Flitabira.

A exposição, que segue até o dia 31 de março, traz 42 retratos de moradores de Itabira, afro-empreendedores, registrados pelo fotógrafo da cidade Yury Oliveira. O objetivo é mostrar a história de pessoas socialmente invisibilizadas.  A curadoria é de Nalbert Victor, estudante de Arquitetura e Urbanismo; e de Eva Maria Gonzaga, ativista cultural integrante da Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência. Os 42 fotografados vão dar depoimentos que ficaram disponíveis no Youtube do Flitabira.

Esta iniciativa tem o patrocínio da Cemig, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e apoio da Prefeitura Municipal de Itabira e da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.  O Flitabira tem o patrocínio anual do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.

Preto Zezé 

Presidente Nacional da CUFA – Central Única das Favelas -, membro da Frente Nacional Antirracista, empresário, escritor, sócio fundador da iO diversidade e fundador da LIS – Laboratório de Inovação Social. Uma das principais vozes ativas nas favelas, Preto Zezé é uma potência em ativismo social e canais de comunicação.

Sérgio Diaz

Artista itabirano que traz em sua   história uma grande marca do interior, do barroco e da profusão cultural que Minas Gerais emana. Sua arte dança entre as artes visuais, música, poesia e o sentimento político e social do ser humano moderno.

No evento ele vai apresentar “Retratos urbanos”, um pocket-show onde a música e a poesia dão o tom do tempo. Tempo esse que tudo destrói e também tudo reconstrói, trazendo sempre à tona resquícios de um passado para auxiliar na criação do futuro. Um espetáculo mais intimista onde o poema retrato de família de Carlos Drummond de Andrade inicia um diálogo lítero-musical sobre as memórias da cidade. Criado especialmente para a cidade de Itabira-MG, o show reúne composições poéticas e musicais, autorais do poeta Carlos Drummond De Andrade e outros artistas afro-brasileiros que dialogam sobre o pertencimento  e ocupação dos corpos e memórias pela cidade. Espetáculo esse, onde os tambores se fazem presente reafirmando assim uma cultura diaspórica que constitui 80% (oitenta por cento) da população brasileira.

Exposição “Muros Invisíveis”

A exposição “Muros Invisíveis” traz 21 totens de cerca de dois metros de altura e coloca em foco a vida e a trajetória de 42 afro-empreendedores, pessoas historicamente invisibilizadas, que têm e tiveram uma vida de lutas para enfrentar preconceitos contra cor da pele, gênero ou classe social.

De acordo com Nalbert Victor, estudante de Arquitetura e Urbanismo e um dos curadores da mostra, a curadoria  optou por fotografar pessoas pretas empreendedoras e liderança e também artistas, responsáveis por movimentos sociais e educadores. “Assim, chegamos ao resultado de 42 pessoas que representam toda uma população”, lembra.  Segundo a ativista cultural Eva Maria Gonzaga, também curadora da exposição e integrante da Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, a representatividade foi um critério fundamental na escolha dos fotografados. “A exposição veio com o intuito de garantir que o nosso lugar de fala fosse preservado”, destaca.

Para Yury Oliveira, que se formou em Direito e trabalha como fotógrafo profissional há quatro anos, foi uma experiência gratificante produzir as fotografias da mostra. “Pude conhecer um pouco de cada pessoa que recebeu o convite para ser fotografada (…) e foi nítida a felicidade – não somente minha –, mas de cada pessoa, por sentirem que elas vão ser vistas de uma forma mais enérgica na cidade. O fato de existirem ‘muros invisíveis’ ficou bem mais perceptível no momento dos diálogos, que mostraram como não nos sentimos valorizados”, conta o fotógrafo.

As 42 pessoas fotografadas para a mostra foram: Agnes Carelle Alcântara Gonzaga; Alessandra Aparecida Silva Barbosa; Amanda Figueiredo Alcântara; Annyely Marciel Andrade; Antônio Marcos Beato; Camila Vieira Rocha; Carlos Alberto Procópio dos Reis; Catarina Maria Drumond Campos Bragança; Edmara Aparecida; Edwyn Lorram do Prado; Eva Maria Gonzaga; Giovanna Couto Pinheiro e Neves; Gisele A. Siqueira dos Anjos; Glauce Mara Costa Reis Leite; Jhonatan dos Santos Ferreira; Joana Elízia de Araújo Souza; José Canuto Ferreira; José Norberto de Jesus; Karine Silva; Lucas Lage Primo; Laureanne Laissa Gonçalves Reis; Lázaro Filiphe Araujo; Maria Betânia Silva Madeira; Maria da Conceição Paula; Maria do Rosário Cirilo Amaro; Maria Gregório Ventura; Marisa de Fatima Batista; Maycon Douglas Luiz Rosa Vitalino; Nalbert Victor Ferreira Madeira; Nyara Martins Crispim; Paolla Pity Paulino Simão; Phelipe Cordeiro Almeida; Phelipe Cordeiro Almeida; Rafael de Sá; Renato Arcanjo Araujo; Rosangela Maia Beato Batista; Rosemary Alvares De Souza; Romério Almeida de Oliveira ; Selma Geralda De Paula Ferreira; Tamires Madeira Tiago; Warley Ferreira Da Silva; e Yury Santos Oliveira.

Sobre o Flitabira:

Criado pelo jornalista Afonso Borges – que é também o idealizador do Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) e do Sempre Um Papo –, o Flitabira realizou sua segunda edição de 31 outubro a 6 de novembro de 2022, celebrando os 120 anos de Carlos Drummond de Andrade. As atividades aconteceram tanto de forma presencial, na Praça do Centenário, quanto on-line, pelo canal no YouTube do Festival.

O Flitabira é viabilizado com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O projeto conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Itabira e da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.

Instituto Cultural Vale

O Instituto Cultural Vale parte do princípio de que viver a cultura possibilita às pessoas ampliarem sua visão de mundo e criarem novas perspectivas de futuro. Tem um importante papel na transformação social e busca democratizar o acesso, fomentar a arte, a cultura, o conhecimento e a difusão de diversas expressões artísticas do nosso país, ao mesmo tempo em que contribui para o fortalecimento da economia criativa. São mais de 300 projetos criados, apoiados ou patrocinados em 24 estados e no Distrito Federal em execução em 2022. Dentre eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à Cultura, com visitação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale (MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural Vale: institutoculturalvale.org.

Serviço:

Exposição “Muros Invisíveis”

Período: 1º a 31 de março de 2023

Local: Praça do Areão – Itabira/MG

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *