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Prevenção é o melhor caminho: Polícia Civil reforça combate à violência contra a mulher

Levantamento revela contrastes nos índices de medidas protetivas e destaca o projeto “PCMG por Elas”

Em alusão ao Dia Mundial da Não Violência, celebrado em 2 de outubro, o 12º Departamento de Polícia Civil de Ipatinga divulgou um levantamento inédito sobre as solicitações de medidas protetivas de urgência encaminhadas ao Judiciário nos últimos anos. A pesquisa abrangeu 34 municípios da região entre janeiro de 2021 e agosto de 2025, revelando importantes contrastes nos índices de violência contra a mulher.

Segundo o Delegado-Geral de Polícia e Chefe do Departamento, Dr. Gilmaro Alves, a análise considerou não apenas os números absolutos, mas também as taxas proporcionais à população feminina de cada cidade, o que oferece uma visão mais precisa da realidade local.

“Esse método nos dá uma visão mais fiel da realidade, mostrando não apenas a quantidade de pedidos, mas também o impacto real em relação à população feminina de cada município”, afirmou o Delegado-Geral.

Diferenças marcantes entre os municípios

De acordo com o estudo, a taxa geral de medidas protetivas no 12º Departamento foi de 51 por 10 mil mulheres em 2024. Já em 2025, até agosto, esse índice caiu para 36,7, o que aponta uma redução, mas também exige cautela quanto à possível subnotificação.

Em números absolutos, foram:

  • 3.743 medidas protetivas em 2021;

  • 3.474 em 2024;

  • 2.499 até agosto de 2025.

A cidade de Açucena apresentou a maior taxa proporcional em 2025, com 93,8 medidas por 10 mil mulheres, seguida por Matipó, Rio Casca e Manhumirim. Já na outra ponta, Santa Maria de Itabira (11,2) e Ipatinga (16,0) registraram os menores índices, apesar de Ipatinga ser o maior centro urbano da região.

Segundo Gilmaro Alves, o cenário evidencia um desafio estrutural:

“Municípios menores, em geral, têm rede de proteção mais frágil e menos serviços especializados, o que pode aumentar a proporção. Já cidades maiores, como Ipatinga e Timóteo, contam com estrutura policial e judiciária mais robusta, além de campanhas de conscientização mais abrangentes. É preciso, no entanto, considerar o risco da subnotificação, quando as mulheres deixam de procurar ajuda por medo ou barreiras sociais”, alertou.

Três eixos de enfrentamento

O estudo propõe três frentes prioritárias para enfrentar a violência contra a mulher:

🔹 Prevenção e conscientização

Com foco em campanhas educativas em escolas e comunidades, principalmente nas cidades com maiores índices.

🔹 Fortalecimento institucional

Com ampliação do efetivo policial, capacitação de agentes e expansão da rede de apoio às vítimas.

🔹 Monitoramento e apoio local

Com a criação de comitês municipais, uso de tecnologias no acompanhamento de ocorrências e parcerias com prefeituras, associações e igrejas.

“Cada número representa uma mulher em risco”

Para o Delegado-Geral, a prevenção deve ser prioridade absoluta nas políticas públicas:

“Cada número desse levantamento representa uma mulher em risco. Não podemos atuar apenas após a violência acontecer. Precisamos investir em campanhas de conscientização, levar informação às escolas, às comunidades e envolver toda a sociedade nesse enfrentamento. A prevenção é o instrumento mais poderoso para salvar vidas”, destacou Gilmaro Alves.

PCMG por Elas: compromisso com a vida

Nesse contexto, o Delegado ressaltou a importância do projeto “PCMG por Elas”, que tem sido implementado em todo o estado com o objetivo de aproximar a Polícia Civil das mulheres.

A iniciativa inclui ações educativas, rodas de conversa, palestras e o fortalecimento das redes de proteção em parceria com órgãos públicos e entidades civis.

“O ‘PCMG por Elas’ vai além dos números. Ele representa o compromisso de transformar dados em políticas públicas, promovendo um ambiente mais seguro, informando os direitos das mulheres e estimulando a denúncia. Violência contra a mulher é crime, e enfrentá-la é responsabilidade de todos nós”, concluiu o Delegado-Geral.

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