O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado pela Polícia Federal (PF), em cumprimento a um mandado de prisão preventiva. A detenção ocorreu por volta das 6h na sua residência no Jardim Botânico, no Distrito Federal, segundo informações oficiais.
De acordo com nota da PF, a ordem de prisão foi emitida por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem caráter cautelar — ou seja, não representa o início do cumprimento da pena imposta a Bolsonaro.
Após ser detido, Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde ficará em uma “sala de Estado”, espaço reservado a autoridades de alto escalão, como ex-presidentes.
Segundo o ministro Moraes, a prisão se justifica por “garantia de ordem pública”. Há relatos de que a mobilização de apoiadores — em especial uma vigília convocada por seu filho, Flávio Bolsonaro — teria sido considerada pela PF como um possível risco à ordem, influenciando a decisão de transformá-la em preventiva.
É importante destacar que esta prisão não está vinculada ao início da execução da pena imposta a Bolsonaro: ele havia sido condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.
Até agora, a defesa de Bolsonaro não divulgou um posicionamento definitivo sobre os novos desdobramentos. Porém, nos últimos meses, seus advogados já haviam solicitado que ele continuasse a cumprir prisão domiciliar por razões humanitárias, alegando “quadro clínico grave” — argumento que também incluía críticas às condições carcerárias.
Este episódio marca uma escalada na crise política e judicial envolvendo Bolsonaro. A figura do ex-presidente, ainda polarizadora, soma agora uma nova fase de privação de liberdade, mesmo sem o início imediato do cumprimento de sua pena definitiva — um desdobramento que pode ter repercussões significativas no cenário jurídico e político brasileiro.